30 de junho de 2010

Olhando as rodas rodando.

Certa vez, logo depois de uma aula, uma aluna me disse que estava se sentindo frustrada por não estar utilizando seu tempo livre para fazer coisas mais produtivas e gratificantes.
Perguntei o que ela gostaria de estar fazendo, que pudesse ser tão produtivo e gratificante. Aí, ela mencionou não a coisa em si, mas continuou dizendo que gostaria de fazer algo que fosse mais valorizado, que a motivasse a criar, a cooperar, e que fosse mais edificante. E finalizou com um sincero não sei.
Para uma certa surpresa dela e dos demais presentes, disse-lhe que, talvez, ela devesse considerar a possibilidade de, por enquanto, continuar exatamente assim: sem fazer nada que pudesse ser considerado tão especial.
Imediatamente, me lembrei de John Lennon e de seu desabafo na canção Watching the Wheels.
Ele foi severamente criticado quando resolveu simplesmente ficar básicos cinco anos cuidando de seu recém-nascido filho Sean e da casa, enquanto Yoko Ono tocava os negócios.
Posso ouví-lo dizendo:
"As pessoas dizem que sou louco por fazer o que estou fazendo. Elas me dão todo o tipo de conselhos para me salvar da ruína. E quando lhes digo que estou bem, elas me olham de um jeito estranho.
As pessoas me fazem perguntas, mas estão perdidas e confusas. E então digo a elas que não existem problemas, apenas soluções. Aí elas balançam a cabeça e me olham como se eu tivesse perdido o juízo. Digo a elas que não tem motivo para se ter pressa, que só estou aqui sentado passando o tempo.
Só estou aqui sentado olhando as rodas rodando. Eu simplesmente adoro vê-las rodando.”
Não sei se essa foi uma boa sugestão, mas, inúmeras vezes, sentimo-nos frustrados e culpados apenas pelo fato de podermos estar à vontade e sem pressa na vida, favorecidos material e contextualmente, como se isso não tivesse seu lado reconfortante e importante.
Lembrei-me também de Swami Sivananda, que dizia que quando temos tempo livre e não precisamos nos sacrificar constantemente pela manutenção de nossa existência material, estamos diante de uma dádiva e devemos aproveitar esses momentos para nos conhecermos melhor, para observarmos as pessoas e a natureza, para refletirmos e podermos agir com mais sabedoria, para observarmos o silêncio, para meditarmos, para nos descobrirmos sagrados.
Ou, quem sabe, apenas desfrutar do tempo e observar as rodas rodando, assim como o John.

retirado do blog de Rosana Biondillo:
http://rosanabiondillo.blogspot.com/

13 de junho de 2010

Ervas e Aromas


A medicina Ayurvêdica classifica os seres humanos em três biotipos ou constituições de acordo com os cinco elementos: Vata (ar + espaço), Pitta (fogo + água) e Kapha (terra + água). Vata tem o corpo leve, frágil e frio. Costumam ser rápidos, ansiosos e aéreos. Pitta tende a sentir bastante calor, tem a pele rosada e se irrita com facilidade. É o "pavio curto". Kapha é caracterizado pela inércia e pelo peso no corpo, é frio e de constituição densa. São pessoas calmas e afetivas. Para descobrir sua constituição predominante, é só responder ao questionário no menu principal.

Nossa constituição básica nunca muda, porém nossos hábitos podem intensificar algum dos cinco elementos e produzir um desequilíbrio que, a longo prazo, pode se transformar em algo mais sério. O Sistema Ayurvêdico de Saúde ensina como se manter em harmonia com sua constituição. Saber quais os alimentos, aromas, pedras, exercícios, meditações e etc. reforçam ou atenuam seu biotipo pode ser de grande ajuda.

As ervas e os aromas são aliados poderosos na manutenção do equilíbrio. Você pode usá-los em banhos, óleos ou mesmo como chás, mas é preciso saber como eles atuam.

Os aromas e sabores doces e salgados são associados ao elemento terra; os picantes e ácidos, ao fogo e os amargos e adstringentes, ao ar. Para nos sentirmos revigorados, é necessário usarmos os aromas opostos ao do nosso elemento, pois poderemos assimilar as qualidades que nos faltam.

Vata (ar + espaço) necessita de peso, concentração e estabilidade. As ervas indicadas para eles são as de aroma doce, ácido e picante como manjericão, camomila, lavanda, alecrim e cravo-da-índia. Os chás de alecrim, anis, canela, gengibre e erva-doce são benéficos. O alecrim e a erva-doce ajudam a eliminar os gases que se formam com freqüência nos intestinos dos Vatas.

Para Pitta (fogo + água), os aromas doces e frios como o sândalo, rosa, menta e jasmim são os mais indicados, além dos chás de hortelã, hibisco (roselle) e dente-de-leão. Ao usá-los, as pessoas de Pitta se tornam mais controladas, serenas e sentem um agradável frescor no corpo. Para as irritações na pele, que são comuns entre eles, a água-de-rosas, misturada com água fresca, dá uma ótima compressa ou banho.

A tendência à inércia e ao frio das pessoas de Kapha (terra + água) é amenizada por ervas quentes e estimulantes como: eucalipto, cânfora, cedro, tangerina e flor-de-laranjeira (nérole). Podem, ainda, usar os chás de canela, gengibre, manjericão e sálvia. A sálvia é especialmente indicada, pois combate o excesso de mucosidade que costuma incomodar os Kapha.

A melhor forma de preparar os chás é derramar água fervendo sobre as ervas. Deixe em infusão por dez minutos. É preferível tomá-los puro, mas se você desejar, use adoçantes naturais como o açúcar mascavo, se você for Vata ou Pitta. Já os Kaphas devem usar o mel.

O uso de aromas produz ótimos resultados, além de ser muito agradável. Você pode usar um aromatizador ou uma xícara de água fervendo. Pingue duas ou três gotas do óleo essencial escolhido na água e deixe perto de você. O melhor horário para fazê-lo é à noite para Vata, no meio do dia para Pitta ou pela manhã para os Kapha. Se você preferir o banho, pingue de 6 a 10 gotas na banheira e permaneça por cinco minutos, ou coloque 3 gotas do óleo em uma vasilha com água morna e com as mãos vá aplicando a mistura no corpo, do pescoço para baixo. Jogue o restante sobre o corpo e não enxágüe. Com as ervas mais aromáticas, você pode, simplesmente, fazer um chá forte e deixar os vapores se espalharem pelo ambiente.

Experimente e comprove o efeito reanimador e harmonizador das ervas
Retirado do site: www.yogasite.com.br

3 de junho de 2010




Tolerância é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas tolerância não significa aceitar o que se tolera.(Mahatma Gandhi)